terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Reconstruído fóssil de pinguim que viveu há 25 milhões de anos na Nova Zelândia

Jornal Público 28.02.2012
Helena Geraldes                   


Há 25 milhões de anos vivia na Nova Zelândia um pinguim com mais de um metro de altura, Kairuku, revelam agora os investigadores que reconstruíram o fóssil deste animal pré-histórico, depois de 35 anos de trabalho.
“Kairuku [palavra Maori que significa “mergulhador que regressa com alimento”] era uma ave elegante para os padrões dos pinguins, com um corpo esguio” e patas robustas, e estima-se que tivesse mais de um metro e 20 de altura, disse em comunicado Dan Ksepka, da Universidade estatal da Carolina do Norte, nos Estados Unidos. O investigador acredita que esta seria a maior das cinco espécies comuns na Nova Zelândia há 25 milhões de anos. Na verdade, seria mais alto do que o pinguim-imperador (Aptenodytes forsteri) actual.

O trabalho de Ksepka e Paul Brinkman, da mesma universidade - que permite saber mais sobre a diversidade dos pinguins na Pré-história e sobre a evolução destes animais -, baseou-se na reconstrução de Kairuku a partir de um esqueleto de um pinguim-rei (Aptenodytes patagonicus), como modelo, e dos ossos de dois exemplares distintos destas aves antigas.

O primeiro fóssil de pinguim Kairuku foi encontrado pelo zoólogo e paleontólogo neozelandês Brian J. Marples na década de 40 do século XX. Mas estes ossos não foram reconhecidos como sendo de uma nova espécie porque não estavam bem preservados e apenas incluiam algumas partes dos ossos das asas. Mais tarde, em 1977, Ewan Fordyce, paleontólogo da Universidade de Otago, acabou por descobrir esqueletos muito completos nas margens do rio Waihao, na região de Canterbury, na ilha Sul da Nova Zelândia. De acordo com Ksepka, "estes fósseis estão entre os fósseis de pinguins mais completos alguma vez encontrados".

Em 2009 e 2011, Ksepka e Brinkman viajaram até à Nova Zelândia para ajudar na reconstrução do pinguim. Ksepka interessou-se no fóssil porque a forma do corpo é diferente de qualquer pinguim conhecido, vivo ou extinto. Também o interessou a diversidade de espécies de pinguins que viveram onde hoje é a Nova Zelândia durante o Oligocénico, aproximadamente há 25 milhões de anos. “A localização era muito boa para os pinguins, em termos de alimentação e de segurança. A maior parte da Nova Zelândia estava debaixo de água naquela altura, deixando pequenas massas de terra isoladas, que mantinham os pinguins seguros em relação a potenciais predadores e que lhes providenciavam alimento abundante”, disse Ksepka.

Ksepka espera que a reconstrução de Kairuku – um trabalho publicado na revista Journal of Vertebrade Paleontology - dê mais informações a outros paleontólogos sobre os fósseis encontrados na Nova Zelândia e que ajude a aumentar o conhecimento sobre as espécies de pinguins. “Esta espécie dá-nos uma imagem mais completa destes pinguins gigantes e pode ajudar-nos a determinar qual a sua distribuição geográfica durante o período do Oligocénico”, acrescentou o investigador.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Cientistas recriam planta de mais de 30 mil anos

Uma equipe de cientistas russos conseguiu recriar uma planta de mais de 30 mil anos através dos tecidos de frutos e sementes do permafrost, um tipo de solo formado por terra, gelo e rochas, permanentemente congelados, de uma região da Sibéria. Deste modo, os pesquisadores obtiveram a planta regenerada mais antiga do mundo. O artigo sobre o trabalho foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, dos Estados Unidos.

Além de reviverem a bela Silene stenophylla, de flores brancas e sementes viáveis para sua reprodução, a pesquisa mostra a possibilidade de que essa camada permanentemente congelada sirva como depósito natural de formas de vida antigas, já que ali podem estar os genes de populações desaparecidas.

http://seuhistory.com/noticias.html

Moluscos

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bivalves

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Camaleões

Investigadores alemães descobrem quatro espécies de camaleões anões em Madagáscar

                                                                 Helena Geraldes (Público on line - 15/02/2012)
                                 Brookesia micra, da ilha Nosy Hara, em cima de um fósforo


Quatro espécies de camaleões anões foram descobertas nas florestas de Madagáscar por uma equipa de investigadores alemães, revela nesta quarta-feira a revista PLoS ONE.

Os investigadores – liderados por Frank Glaw, da Colecção Estatal Zoológica de Munique, Alemanha – acreditam que estas espécies estão entre os répteis mais pequenos do mundo.

Durante épocas de intenso trabalho de campo no Norte de Madagáscar, durante a estação húmida, a equipa descobriu várias novas populações de camaleões do género Brookesia. O camaleão Brookesia micra, encontrado apenas na pequena ilha de Nosy Hara, a Norte de Madagáscar, tem um comprimento máximo de 29 milímetros.

“Eles vivem no solo, entre as folhas no chão, durante o dia. Mas à noite sobem para dormir nos ramos das árvores. É aí que os conseguimos detectar”, explicou Glaw, citado pela BBC Nature.

Além da Brookesia micra, as outras espécies agora descobertas para a Ciência são a Brookesia tristis - cujo habitat está ameaçado de “desflorestação severa”, apesar de recentemente ter sido declarado reserva natural –, Brookesia confidens e a Brookesia desperata.

As espécies são todas muito semelhantes e por isso os investigadores realizaram análises genéticas para confirmar que são mesmo de espécies diferentes. Miguel Vences, da Universidade Técnica de Braunschweig, na Alemanha, acredita que estas espécies se “separaram umas das outras há milhões de anos”, citou a BBC Nature.

Todas as espécies, limitadas a territórios de pequena dimensão – num dos casos apenas um quilómetro quadrado –, estão ameaçadas pela desflorestação. “Em Madagáscar, muitas estão restritas a pequenos habitats, o que torna tão importante conservá-los”, comentou Glaw.

“Agora o mais urgente é concentrar os esforços de conservação nestas e em outras espécies endémicas de Madagáscar, que estão extremamente ameaçadas pela desflorestação”, disse o investigador, em comunicado.